Cicloturismo
Idealizando a aventura de sair de casa (localizada no
bairro, Jd. Almeida Prado e ir até a Ilha do Bororé, pedalando), percebemos o
quanto é valioso cada paisagem que encontramos entre as moradias dos bairros
que percorremos até chegar à 1ª balsa que nos leva a Ilha, percebemos também o
quanto de condicionamento físico nos exige, percorrer todo o trajeto de ida e
volta, além das adversidades que podemos nos deparar como o tempo, a manutenção
das bicicletas e a nossa própria manutenção para realizar todo o percurso (hidratação,
alimentação, condicionamento).
Realizar as descidas sem a utilização dos freios nos
proporciona uma sensação inigualável de liberdade, adrenalina, ousadia, e como
toda descida na volta torna-se subida, podemos descrever que a sensação de
musculo fadigado, ”queimando”, e de superação de cada um também é nítida.
Ao chegarmos ao final da Ilha do Bororé, nos deparamos com a
2ª balsa, a qual o destino nos leva a estrada de Itaquaquecetuba, em São
Bernardo do Campo. A vontade de se aventurar a chegar a outro município foi
maior que qualquer desconforto muscular que qualquer um de nós estive-se
sentindo naquele momento e resolvemos embarcar.
Chegando a estrada de Itaquaquecetuba, nos deparemos com uma
estrada de barro (as outras que já havíamos percorrido até então eram todas de
asfalto), a dificuldade aumenta e não estávamos com bicicletas adaptadas para
tal terreno, ou atividade, então pedalamos cerca de 15 min. nesta estrada, que
é cercada de chácaras, sítios, recantos de famílias, comércios típicos de
cidadezinhas do interior (da mesma forma caracteriza-se a Ilha do Bororé),
fizemos o retorno para embarcar novamente na balsa e percorrermos o caminho de
volta pra casa. Ao todo foram cerca de 30 km pedalando.
As balsas a qual embarcamos estão localizadas na represa
Billings (Zona Sul - SP), o trajeto percorrido nos permite visualizar ao longe
e passar perto ao trecho sul do rodoanel, construído recentemente, mas ao qual
a população da zona sul não possui um acesso.
A represa foi construída pelos moradores: artesãos,
pescadores da Ilha do Bororé, onde hoje fica a represa, era localizado apenas
um rio, o qual os moradores da época conseguiam atravessa-lo a pé. Se
continuarmos o trajeto até a terceira balsa, chegaríamos até outra parte do município
de SBC, mais desenvolvido em aspectos comerciais.
Em tupi guarani, bororé quer dizer “veneno para flecha”.
Moradores locais ainda praticam o hábito da pesca na represa. Represa que assim
que fora construída era utilizada como hidrelétrica, atualmente não é mais utilizada
para geração de energia, apenas para o abastecimento da região sul de SP.
Ao chegarmos a Ilha do Bororé, nos deparamos com um muro que
conta a história da ilha, a igreja de São Sebastião, pequenos comércios,
sítios, chácaras. Segundo consta no muro, após a construção do trecho sul do
rodo anel, os tucanos que habitavam a região nunca mais foram avistados.
12.01.2013